O Modelo Cosmo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostra a prolongação da sequência de dias mais secos sobre a Região Sul do Brasil por pelo menos mais sete dias. Enquanto em grande parte da metade Norte do país a precipitação prevista é volumosa, no Centro-Sul brasileiro, do sul de Mato Grosso do Sul e São Paulo até o Rio Grande do Sul, os acumulados não devem chegar a sequer 10 milímetros em uma semana, com nenhuma umidade prevista.
Como disse Bárbara Sentelhas, CEO e co-fundadora da Agrymet, em entrevista ao Notícias Agrícolas, “O Centro-Sul não tem previsão nenhuma de chuva nos próximos sete dias. O que tem de previsão são volumes muito pouco significativos, que giram de um a dez milímetros, no máximo, e a gente sabe que isso para uma semana em alguns momentos mais críticos da safra pode estabelecer já uma condição que a gente chama de estiagem ou um veranico”, afirmou.
“Algumas condições não estão favorecendo essa chuva, fenômenos como a oscilação Antártica, que é uma das condições que afetam a entrada de frentes frias pelo sul do país, principalmente pelo Rio Grande do Sul, não está muito favorecida. A gente tem um Atlântico Sul aqui com temperaturas mais neutras até mais próximas ao resfriamento, isso também inibe o avanço de frentes”, explicou a CEO da Agrymet.
Sentelhas ressalta ainda que essa situação é ainda mais crítica para o Rio Grande do Sul. “Aqui na região de São Paulo, Mato Grosso do Sul e norte do Paraná, a tendência é que esse período dure pouco e ao longo do mês de janeiro, fevereiro a tendência é que essa chuva se estabilizem. No Rio Grande do Sul isso pode se prolongar por um tempo mais considerável”, alertou.
Para uma faixa do Brasil entre o norte do Centro-Oeste e o Nordeste a situação é completamente oposta. O modelo Cosmo mostra acumulados em sete dias acima dos 200 milímetros em áreas do oeste de Mato Grosso, norte de Goiás, sul de Tocantins, norte de Minas Gerais, grande parte da Bahia, nordeste do Maranhão e algumas áreas do Piauí.
De maneira menos intensa, mas também volumosa, deve chover também no oeste de Mato Grosso do Sul, oeste de Mato Grosso, sul do Amazonas, leste do Pará, norte de Goiás, oeste do Maranhão e demais áreas do Nordeste. No restante do Centro-Oeste e Norte, apesar dos acumulados não serem elevados, também há precipitação prevista.
Como explica o site de previsão climática Meteored, a Oscilação de Madden-Julian (OMJ) irá favorecer essas chuvas intensas sobre a parte norte do Brasil. Como explica o portal “ao final desta semana o Brasil irá se encontrar sobre a atuação da fase 1 do fenômeno, caracterizada por aumentar as chuvas principalmente sobre as região Norte e Nordeste do país. De acordo com o modelo ECMWF, a fase 1 permanecerá ativa até meados de janeiro, entre os dias 16 e 17”.