Os números do USDA de vendas semanais informados nesta quinta-feira (13) mostram que o país já comprometeu 46,415 milhões de toneladas do grão com as exportações - de uma estimativa total de mais de 62 milhões para a temporada -,um volume bem maior do que no mesmo período do ano passado.
"O programa de milho continuará crescendo. Além dos preços competitivos do milho americano na exportação, o clima ruim já trouxe expressiva redução no potencial produtivo do milho na Argentina. O atraso na colheita de soja no Brasil já reflete em atrasos nos plantio do milho safrinha. E assim é possível que a entrada do milho ocorra mais tarde nesta temporada do Brasil, alongando o programa de exportação dos EUA", complementa a Agrinvest.
Os relatos de produtores rurais dão conta de que as chuvas voltaram a chegar em pontos do Centro-Oeste e do Matopiba, o que continuam mantendo lento o ritmo do plantio da segunda safra de milho. Atraso no plantio, consequentemente, atraso na colheita. Assim, ainda como explicam os analistas, a colheita mais tardia esperada para esta segunda safra "pode resultar em um aperto nos estoques de milho ao final do primeiro semestre e isso fundamente a alta do contrato maio/25 na B3".
Desde o começo deste ano ao fechamento do mercado nesta quinta-feira (13), os futuros do milho negociados no mercado futuro brasileiro - na B3 - subiram de forma expressiva. O contrato maio lidera os ganhos, com alta de 5,82% - de R$ 72,53 para R$ 76,75 por saca -, enquanto o julho saltou 4,29% de R$ 69,85 para R$ 72,85, enquanto o setembro subiu 3,70%, saindo de R$ 70,20 no início de janeiro para R$ 72,80.
E não é só o clima que preocupa para o desenvolvimento da safrinha. Como explicou Cristiano Palavro, diretor de Pátria Agronegócios, os atrasos na entrega dos insumos para a segunda safra de milho. "Temos escutado cada vez mais relatos de problemas na entrega de abudos e isso complica ainda mais um processo que já está atrasado. Fizemos nossa atualização dos números de milho com uma redução de quatro milhões de toneladas na safra total de milho", diz.
Palavro detalha o cenário para a safra de verão pontuando sobre uma redução na área da safra de verão nos dois maiores produtores - Rio Grande do Sul e Minas Gerias - em relação ao ano passado, e com números menores de área também apara a segunda safra. "Não vamos conseguir colocar no chão tudo aquilo de planejamento até o final de 2024".
Com isso, o mercado de milho segue muito sustentado, "seja no disponível, seja nos contratos para a segunda safra, e essa questão logística preocupa, porque a entrega dos insumos em sido difícil em algumas regiões", conclui Cristiano Palavro.